ATENÇÃO: Se você ainda não viu o filme e não gosta de spoilers, NÃO LEIA!
Fui assistir ao filme Frozen – Uma Aventura Congelante ontem (antes tarde do que nunca) e eu simplesmente amei a história, e quem é fã das animações Disney provavelmente vai gostar também. É uma história leve, com um toque de humor representado pelo boneco de neve Olaf (que adora abraços quentinhos <3) e um pouco de romance, aparentemente uma história comum. Mas, contudo, entretanto, todavia, se você reparar, vai ver que é um dos filmes que a Disney mais se modernizou no que diz respeito à imagem da mulher.
Claro que não foi de uma hora para outra, antes teve Brave (Valente), com a Merida que é uma heroína super forte e fora do padrão princesas, mas, nesse caso, a animação contou com os Estúdios Pixar, que já possuem uma linha mais “descontraída”. Antes ainda, teve A Princesa e o Sapo, em que Tiana era uma mulher independente e juntou dinheiro sozinha para abrir seu restaurante (mas não fez muito sucesso) e, “muito ainda antes”, teve Mulan, que salvou toda a China. Depois de tudo isso, com Frozen, a Disney mostra que realmente mudou seu ponto de vista e ainda “caçoa” do modo de pensar das princesas antigas.
A primeira cena que deixa isso claro, e uma das mais divertidas e marcantes do filme, é quando Elsa, inconformada com sua irmã mais nova pedindo para ela dar a benção para o casamento dela com um cara que ela acabou de conhecer, diz: “Você não pode se casar com alguém que acabou de conhecer” e Anna, toda ofendida, retruca “posso sim, se for amor verdadeiro”. Nesse momento eu achei que a Disney ia dar uma de Disney e provar no final que o amor deles era realmente verdadeiro e Elsa ainda acabaria se apaixonando à primeira vista por Kristoff (já que ele vendia gelo, e eles teriam muitas coisas em comum e tals).
Mas qual não foi minha surpresa quando no final realmente não era amor verdadeiro e o cara, além de tudo, era um grande babaca (para não usar palavreado pior),
sem
contar que é um dos únicos (se não for o único, porque não consigo me
lembrar de nenhum outro) personagem mau que tem boa aparência (e Gaston
não vale, ele é feio), quer dizer, além de tudo, a empresa parou de
definir o caráter de seus personagens pela aparência (pelo menos aqui).É muito legal ver essa trajetória da Disney, que começou com Bela, lá atrás, e chegar até a Elsa de hoje, que percebe o quão absurdo é achar que ama loucamente alguém à primeira vista. E, além disso, ELA ACABA O FILME SOLTEIRA, SOZINHA, FICOU PRA TITIA, como que uma princesa maior de idade não tem um homem?! Aff… Pois é, ela não tem, e não dá nenhuma demonstração de sentir falta. Até hoje só tinha acontecido isso com o Corcunda de Notre Dame, mas nunca com uma princesa Disney (lembrando, a Merida não conta porque é da Pixar, mas provavelmente ela serviu de inspiração para outras princesas poderosas).
Claro, tudo isso é uma evolução natural e, se ela não ocorresse, com certeza a Disney ficaria para trás, as fórmulas antigas não funcionariam para sempre. Mas é tão legal fazer parte de um pedaço dessa história e ter visto com os próprios olhos essa mudança através dos anos que quis vir aqui compartilhar com vocês
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